quinta-feira, 5 de março de 2009

Capítulo Um – A primeira impressão é a que fica?

Era pra ser um dia como qualquer outro, mas pra ela era uma nova fase. Marina, ou simplesmente Nina, como costumavam chamá-la, estava começando o Ensino Médio. O colégio era o mesmo desde quando ela estava na 5ª série, mas ela sabia que seria diferente. Nina morava com a mãe, o padrasto e a irmã de 4 anos de idade. Seus pais não chegaram a se casar, portanto ela não conviveu muito com o pai, apesar de ele morar em outro estado e eles manterem contato quase constante. Que seja, não importa.

Naquela manhã, Nina acordou bem cedo, o colégio não ficava muito longe de sua casa, na verdade era na mesma quadra, mas ela precisava de mais tempo, primeiro: porque era o primeiro dia de aula, o que significava que ela tinha que estar apresentável (ela apreciava o ditado de “a primeira impressão é a que fica”), segundo: porque além de se arrumar, ela tinha que arrumar e levar a irmã pra creche, o que demorava um tanto e a tirava do caminho da escola. Ela já estava acostumada a essa rotina, fazia isso desde os 12 anos, quando a irmã começou a freqüentar a creche.

Ela sabia que não precisava ir de uniforme no primeiro dia de aula, mas optou por ele mesmo, ela se sentia bem com ele, se sentia bonita. Olhou mais uma vez no espelho, pra ver se não tinha nada de errado, nenhum fio de cabelo fora do lugar, ou marca de pasta de dente no canto da boca, ou um brinco faltando... Era típico dela se esquecer dos detalhes quando estava nervosa. Sua mãe já tinha ido pro trabalho quando ela saiu de casa arrastando a pequena Renata, esse era o nome da sua irmã.

Nina estava muito nervosa, não sabia ao certo se encontraria suas amigas, não mantivera tanto contato nas férias, e sabia que algumas tinham planos de mudar de colégio.

Ela já estava no portão do colégio, respirou fundo e entrou. Havia muitos rostos desconhecidos, alguns conhecidos, e o melhor de tudo, as suas amigas. Nina ficou muito feliz em vê-las, primeiro viu Laura, e depois Melissa, e logo após se juntou ao grupo em que elas estavam. Nina não conversava com todos no grupo, eram só conhecidos, nem mesmo colegas. Nem deu tempo de elas conversarem direito, foram logo ver em que turma estavam. Infelizmente, Nina não estava na turma de nenhuma amiga. O sinal tocou, e ela foi pra sua sala.

Chegando lá, ela conhecia algumas poucas pessoas, a maioria amigos de amigos. Ela se sentou bem no meio na turma, pois os outros lugares já estavam quase todos ocupados. Perto dela estava Camille e Viviane, que eram do grupo “amigas de amigas”, e Nina desejou nunca ter pegado aquela sala, ela tinha aversão à Viviane, Nina a odiava pelo simples fato de ela existir. Viviane era uma garota que nem tamanho de gente tinha, e só faltava um letreiro luminoso em cima de sua cabeça dizendo: “oi, eu sou uma vagab...” Enfim, vamos pular essa parte. Além delas, também estavam perto Patrícia, Fernanda e Mily, que Nina ainda não conhecia, mas já tinha uma simpatia por elas. Mais atrás estava Ana, uma menina com ela poderia conversar, já que elas meio que se conheciam.

Nina prestava atenção em cada rosto que entrava na sala, no lugar em que cada um estava, as possíveis características de cada um, na verdade estava procurando se distrair, já que não conversara ainda com nenhuma das meninas próximas a ela. As três primeiras aulas se passaram com Nina em silêncio, apenas conhecendo os novos professores. A primeira foi de Matemática, com a Profª Raquel, ela já dava aulas no colégio, mas nunca havia sido professora de Nina. A segunda foi de Física, o professor parecia saber muito, mas não tinha voz ativa com a turma, seu nome era Airton. E a terceira aula fora Geografia, com uma antiga professora do Colégio Dom Bosco, que fora professora de História de Nina na 5ª série, se chamava Aramilda.

Durante o intervalo, Nina pode conversar com as suas amigas.

- Me conta, pegou a sala de alguém conhecido? – perguntou Nina à Laura.

- Ah... de alguns e você? – respondeu Laura.

- Ui, peguei a sala da “Vivi”! – disse Nina com nojo – e também da Camille, da Ana... mas tem um monte de gente que eu não conheço, tô totalmente sozinha! Bem que você poderia mudar pra minha sala, né?

Nina gostava muito de Laura, elas eram como melhores amigas, pelo menos até antes das férias, quando elas não se falaram tanto.

- Se tivesse jeito, mas não dá. Mas hoje foi só o primeiro dia, você já arranja com quem conversar. Por que você não conversa com a Ana? Ela é bem legal...

- É, pode ser. Não vi se tinha alguém sentado perto dela, mas acho que vou ficar por lá....

Elas continuaram conversando e foram andar. Desde sempre elas tinham a mania de ficar andando pelo colégio durante o intervalo. Voltas e voltas e mais voltas, enganchadas pelos braços. Não demorou muito e o sinal tocou novamente. Nina se despediu de Laura e foi para a sua sala.

Os alunos ainda não tinham entrado todos na sala, e Nina se sentou atrás de Ana, que aparentemente não tinha ninguém ali.

- Oi Ana! – saudou Nina.

- Oi! Você é amiga da Dani, né? – respondeu Ana.

- Aham, posso ficar aqui com você? É que ali no meio eu tava muito sozinha, e você eu meio que já conheço... – pediu Nina.

- Claro, senta ai! O quê que você achou da sala? – perguntou Ana.

- Ah, sei lá... não conheço quase ninguém. – disse Nina, meio sem jeito.

- Eu também não! – disse Ana, sorrindo – Achou algum menino bonitinho?

- Nem, essa sala tá meio necessitada de meninos bonitos... olha em volta nenhum que preste! – respondeu Nina, com humor em sua voz.

- Verdade! – concordou Ana.

Nesse momento a sala já estava ficando cheia, e a Profª Mariene, de biologia tinha acabado de entrar na sala. Logo atrás dela entraram dois garotos que Nina não tinha notado nas primeiras aulas, talvez porque eles estivessem sentados muito no fundo, mas agora que era ela que estava no fundo ela os viu, e um deles estava vindo na sua direção. Nina perguntou à Ana:

- Tinha alguém sentando aqui?

- Ai, tinha esquecido, o menino de vermelho.

O tal menino de vermelho parou na mesa de Nina.

- Licença? – disse ele.

- Posso ficar aqui? Só agora, depois a gente troca! – pediu Nina, com um tom super apelativo.

- Tá bom. – respondeu ele, e saiu pra sentar num lugar que tava vazio mais à frente.

Aquela foi a primeira vez que Nina o tinha visto, mas ela sentiu que aquele garoto tinha alguma coisa que chamava a sua atenção. O menino de vermelho. Foi assim que Ana o chamou. Ela também não o conhecia. Ele usava a calça do uniforme do colégio, um boné e um moletom vermelho. Simples, mas característico, vermelho chama a atenção. Mas não fora a cor do seu moletom que prendera a atenção de Nina. Havia algo mais. Quem era ele? Quantos anos tinha? Ele parecia ser repetente. Mas ela não sabia nada sobre ele. Ainda. Mas queria descobrir.

6 comentários:

  1. Seu texto oscila entre o colonial e o formal; decida-se! Isso não deixa seu texto harmonioso.

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  2. eu sei quem é a Viviane =D hahaha
    cara a história tah boa
    lembrei do 1° ;)

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  3. Lara Maria: vou tentar escrever se uma forma só, eu nem percebo isso quando estou digitando. Obrigada pela dica.


    Ps: aceito qualquer sugestão ou correção.

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  4. Hemilli: não deve ser muito difícil advinhar, né? aushaushauhsauhsuah [/eu sou má]
    e percebeu que tem vc? (Mily)
    continua lendo, vc vai lebrar de vários fatos do 1º!

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