segunda-feira, 23 de março de 2009

Capítulo Seis - Dois sorrisos e meia palavra

As duas últimas aulas passaram excessivamente rápidas. Marina nem teve tempo de conversar com Lucas de novo. Quando ela estava saindo do colégio, no meio de toda aquela multidão (que mais parecia um formigueiro, de tanta gente que tinha no Colégio Dom Bosco), Lucas passou por ela, mas não a acompanhou como da última vez, apenas fez um sinal de ‘tchau’ com a mão, e foi para o lado contrário ao que Nina seguia.

Pelo menos, eles haviam conversado. Mesmo que por um breve momento, já valeu. Ouvir a voz dele, estar tão perto. Apaixonada. Nina não queria acreditar, mas estava apaixonada por Lucas. Ela não queria isso pra si mesma, nunca mais. Sabia que era apenas mais um jeito de sofrer, seus antigos “amores” já haviam lhe provado isso, mas seu coração teimava em aprender a lição. Dessa vez poderia ser diferente, quem sabe ele também não estava sentindo o mesmo? Como ela poderia descobrir se não tentando? Foram muitas as perguntas que sugiram na mente de Marina, mas ela já não tinha outra opção se não tentar. Se apaixonar por ele não era uma coisa na qual ela pudesse opinar, a sua mente dizia “Não, você vai se iludir, vai acreditar que é real, mas não é, você só vai sofrer...”, enquanto seu coração gritava “Ame! Dessa vez é diferente, vai ser recíproco, ele também vai te amar, vocês vão viver felizes juntos..”. Ela queria ouvir sua mente, mas seu coração falou mais alto, e ela não teve como evitar. Não era mais a força da gravidade que a mantinha na Terra, era Lucas.

Seus dias se resumiam em uma única palavra: Lucas. Ela acordava cedo pra ir ao colégio não pelo fato de estudar, mas porque sabia que ele estaria lá. Começou a ir à casa de uma tia, que ficava próxima a onde Lucas havia dito que morava, com mais frequência não por estar com saudade ou algo do gênero, mas por saber que poderia encontrá-lo. Tudo isso acontecia inconscientemente dentro dela.

Já se contava pouco mais de um mês desde o início das aulas, e em tão pouco tempo tanta coisa já havia acontecido. Nina já havia feito novas amizades, como Ana, com quem ela raramente conversava e Patrícia, que ao contrário de Ana, estava sempre junto dela. Ela também havia começado a conversar com outras meninas que ficavam perto dela, como Fernanda e Mily. Marina nunca foi tão sociável em tão pouco tempo, isso estava sendo bom pra ela. Mas ainda assim, com quem mais Nina conversava era Patrícia.

No colégio, a cada dia Nina tinha mais contato com Lucas, eles sempre davam um jeito de se falar, nem que fosse só um “oi”. Como Lucas havia prometido que ensinaria Nina a tocar guitarra, ela começou a chamá-lo de “Meu Professor”, que foi uma tentativa, digamos, discreta, dela se referir a ele, carinhosamente. Ela começou a chamá-lo assim diariamente, todas as vezes que o via.

- Oi meu professor! – saudou Nina, quando estava na porta de sua sala enquanto Raquel, a professora de matemática não chegava, e Lucas passou pela porta.

- Oi minha aluna! – respondeu Lucas, igualmente a Nina. Desde quando Nina começou a chamá-lo “Meu Professor”, ele começou a chamá-la de “Minha Aluna”. Nina simplesmente adorava quando ele falava assim com ela. O diálogo acabou ali, ele entrando na sala e indo para o lugar, e Nina permanecendo na porta. A professora não demorou muito mais a chegar, e a aula logo começou.

As três primeiras aulas do dia passaram rápidas. Lucas estava no seu modo, hm, normal. Ele estava falante como sempre era quando não estava estranho, e brincalhão, extrovertido... Enfim, do melhor jeito que poderia estar. E Nina aproveitou para usar o bom humor dele a seu favor. Durante o intervalo, enquanto ela e Patrícia zanzavam pelo pátio do colégio, dando voltas e voltas pelos corredores, encontraram muitas vezes Lucas, dessa vez também andando, só que no sentido contrário, e a cada encontro, as reações eram as mesmas: um sorriso trocado, uma frase pronunciada em silêncio por cada um, “Meu Professor”, “Minha Aluna”.

Até esse ponto, o que Marina sentia por Lucas era o modelo perfeito de um amor de colegial. Se não tivesse praticamente escrito na testa dela, em letras grandes e luminosas, que ela estava apaixonada por ele, poderia se dizer que era um amor platônico, pois, na mente dela, ninguém sabia.

Quando voltaram para a sala, para enfrentar as duas últimas e mais compridas aulas, nesse dia, conjugadas e de Português, (o que só não era uma grande tortura pelo fato de a professora Ge, como gostava de ser chamada, ser muito atenciosa e brincalhona com os alunos), Lucas e Marina entraram juntos na sala, por acaso. As risadas que saíram desse encontro ocasional seriam contagiantes, não fosse o grande barulho de conversas de todos os tipos que tomava conta da sala naquele momento.

Depois de uma longa hora (e mais vinte minutos!) de aula, o sinal que anunciava o término das aulas, por aquele dia, tocou, Nina estava arrumando suas coisas na sua mochila, quando viu que alguém parou em frente a sua mesa. Ela subiu o olhar lenta e gradativamente, até encontrar o rosto de Lucas. A essas alturas da história, não preciso nem dizer que o sorriso que Lucas estampava em seu rosto era deslumbrante, preciso? Creio que não. Enfim, quando Nina viu aquele sorriso indescritível, demorou mais que o necessário para ter alguma reação (afinal, até ela se lembrar de respirar, já haviam se passado uns quatro ou cinco segundos), e a única coisa que conseguiu fazer, foi tentar retribuir. Ela se levantou, e ele disse:

- Posso ir com você hoje?

- Claro! – por mais que houvesse tentado, não conseguiu esconder a empolgação na sua voz.

Eles saíram juntos da sala, mas no meio da multidão de alunos, se distanciaram. Melissa, amiga de Marina, se aproximou dela, e foi conversando com ela algo em que ela não prestava atenção. Marina estava procurando Lucas, ele havia sumido do seu campo de visão. “Calma, ele falou que ia comigo, ele já aparece.” pensou ela. Melissa acompanhou Marina até um pouco pra fora do colégio, onde a multidão já se dispersava. Com uma visão mais ampla, Marina conseguiu encontrar Lucas, parecia que ele estava procurando alguém. Talvez ela? Melissa chamou Marina e as duas começaram a caminhar em direção às suas casas. Elas estavam indo pela rua, e quando Marina olhou para a calçada, viu Lucas, caminhando paralelamente a elas. Ele a olhou, e fez uma expressão, como se quisesse dizer: “Não vai vir comigo?”, e Marina o respondeu olhando para Melissa. Melissa pareceu entender o que estava acontecendo, e disse para ela ir com ele. E foi o que ela fez.

Marina se aproximou de Lucas, caminhando juntos agora.

- Ela precisava falar comigo. – disse ela, como que se explicando.

- Não, tudo bem.

- Então, “Meu Professor”, minhas aulas nada, né?

- Calma, ainda tem tempo. – ele sorriu.

- É bom mesmo! – Nina brincou.

De repente, o assunto já não era mais guitarra, era mais um questionário de conhecimento. Isso foi bom, informações sobre ele seriam úteis a ela.

- Onde você mora? – Lucas perguntou.

- Aqui nessa rua de trás, nos prédios. – ela respondeu. – e você?

- Lá perto da avenida. – e apontou no sentido contrário ao que estava indo.

- Mas, se você mora pra lá, por que tá vindo por aqui? – perguntou Nina, estranhando.

- Não, dá pra vir por aqui também, a distância é quase a mesma, e eu queria ir com você. – Lucas disse sorrindo.

- Hum... – “Tá... né!”, Marina pensou.

- Então, quantos anos você tem?

- Eu tenho quatorze. E você? – Marina fazia das perguntas dele, suas próprias perguntas.

- Eu vou fazer dezessete.

- Legal. – ela realmente não sabia o que falar, nem ao menos sabia como estava conseguindo responder àquelas perguntas e respirando ao mesmo tempo.

- O quê que você faz lá pelos lados do mercadinho?

- Eu vou buscar minha irmã na creche que tem ali perto.

- Você tem uma irmãzinha?

- Aham.

- Meu irmão também fica ali. De vez em quando.

- Nunca te vi por lá.

- Eu quase não vou buscar ele... Mas, o quê que você faz, de tarde?

- Nada!

- Nossa, que beleza!

O diálogo estava fluindo normalmente, com assuntos variáveis, mas o caminho estava acabando, era a hora de se despedir. Eles haviam parado onde cada um teria que ir para um lado, e continuaram conversando um pouco.

- Bom, tenho que ir embora. – Marina disse, querendo não dizer, mas realmente precisava ir.

- Então tá né. – ele colocou uma mão atrás do pescoço dela, puxando o rosto dela de encontro ao dele. Marina parou de respirar. Ela não conseguia acreditar que ele estava fazendo aquilo. Ela era uma menina muito tímida, e ao se dar conta de que estava parada no meio da calçada, após a saída do colégio, com muita gente na rua, se afastou. Ela estava nervosa, e seu corpo pareceu reagir, suas mãos estavam frias e trêmulas. Ele pareceu não entender.

- O que foi? Não quer? – disse Lucas confuso.

- Todo mundo. Olhando. – ela disse pausadamente, com uma expressão de “não sei”.

Lucas olhou em volta, viu todas as pessoas que estavam ao redor, que não eram poucas, e disse:

- Não tem ninguém olhando. – sorriu e a beijou.

O mundo parou de girar. Naquele instante só existia Lucas e Marina. Um momento que podia durar pra sempre. Todos os sentimentos inconscientes de Marina por Lucas tornaram-se conscientes. Ela soube naquele instante, que não teria mais escolhas. Sua promessa estava quebrada. Ela o amava.



"Gente, eu sei que disse que postaria sábado, mas meu fim de semana não foi dos melhores, então mil desculpas. Aproveitem bem esse capítulo, porque ele é o mais próximo do lado bonito da história. [/brincadeira][/mentira]. Enfim, não sei quandovou postar o próximo, mas creio que vou demorar um pouquinho. Comentem, deem suas opiniões, é muito importante pra mim. Obrigada! Beijos!"


- Memórias de um passado que não é real. ♫

15 comentários:

  1. AAAAAAAH, QUE LINDO :'D

    Nossa senhora, você escreve muito bem. Porque você gosta da minha? A minha comparada à sua parece uma revista em quadrinhos.

    Muuuuito bom, Nicole. Valeu a pena esperar! ;*
    http://agarotaatrasdaportaazul.blogspot.com/

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  2. Nossaaaaaaaaaaaaaaaa........
    MARAAAAAAAAAAAAAA!!!!!
    ADOREIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!
    Estou louca pra lêr o proximo!^^

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  3. Você é otima...Parabéns

    Será que vc não tem um clone do Lucas guardado no armário pra mim não??? (rsrs)

    Próximo...próximo...próximo

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  4. Está maravilhoso! Por favor post logo o proximo capitulo! =D
    Beijooo

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  5. tanto misterio.. pra quase nada Ni? tsc, tsc... uhauahauhauha

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  6. nossa Jéssica, como vc eh insensível. >.<
    tsc tsc tsc

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  7. Tipo, cadê o seeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeete?? tô morta de curiosidade :O

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  8. Nossa too curiosa pra sabe o prox. capitulo
    que bom sabe q eu faço parte dessa historia taao emocionate :)

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  9. -Não tem ninguém olhando. – sorriu e a beijou.
    Ameiii..!
    Mais...Mais...Mais
    =D

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  10. - Não tem ninguém olhando. – sorriu e a beijou.
    Ameiii..! (2)
    caaara, morri com esse cap.
    mto perfeito noo :D
    continua continua continua o/
    IOUAOIEUAOIWUOIUEO
    postei o 4 hoje Nicole *------*
    da um passada la depois (L)

    beeijos :*

    http://umolharaopordosol.blogspot.com/

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  11. ahh...vou chorar desse jeito! ta lindo! essa parte eu não sabia! rss
    ai ti lindo! rss
    quer q eu conte o resto? rss brincadeira, deixa a obra falar por sí mesma! hehe
    e a senhorita não pare de escrever ok?
    bjo!

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  12. meniiina, nao some com o lucas e a nina posha :X
    to super esperando o proximo cap. >< , IOUEAOIEUWOEIUWOIUE
    curiosa.com

    beeijos :*

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  13. pois éé..ele deu um perdido na Nikki coitada, OIAUEOIAWUROIUE to zuando, ele ainda ta la na sala.

    aah, tomara que essa semana saia o cap 7 de Mais que a Vida.nao pode para a historia mesmo nao uaai :D,. EAUOAWUOEUWOEUOIE
    hiper curiosa *-*


    beijos :*

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  14. oieee ahh tomara que essa semana saia o cap 7
    tbm começei a escrever esses dias se tiver um tempinho passa la

    http://sahraquelgba.blogspot.com/

    ;**

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