quarta-feira, 22 de abril de 2009

Capítulo Dez - Descrevendo o indescritível

Apesar de todas as atitudes inesperadas de Lucas, Marina ainda se sentia inexplicavelmente apaixonada por ele, e também se sentia culpada pela forma que agiu com ele. Ela estava confusa, uma enxurrada de sentimentos, antes desconhecidos, havia inundado o seu coração, e Lucas era uma incógnita pra ela. Ela não sabia como agir, não sabia se havia feito a coisa certa ao ignorá-lo. E se ele jamais voltasse a procurá-la? Ela nunca se perdoaria por ter o deixado ir assim tão facilmente.

Marina estava sozinha em casa, e não conseguia nem de longe entender um pouquinho da personalidade de Lucas. Às vezes ele era gentil, às vezes grosseiro, agia de um jeito num dia e, no outro parecia nem ser o mesmo. Ele parecia ter várias personalidades, mas Marina nunca soube ao certo o que se passava com Lucas, sua única certeza era que o amava e que precisava estar perto dele, ainda que não fosse como ela realmente queria. Ela tinha que estar sempre com ele, sempre vendo ele, sempre perto dele, ainda que nem sempre fosse isso o que ele queria, ainda que na maioria das vezes ela só ficasse pior na presença dele, por ele parecer não compartilhar do mesmo sentimento. Mas pior que isso era quando ele dava certas esperanças a ela e logo em seguida as desfazia. Era como se ele gostasse de vê-la sofrer, era como se ele ficasse feliz cada vez que a via triste.

Como no dia em que Marina estava a caminho da creche. Estava um dia nublado, frio, não muito convidativo. Marina havia tomado um banho e saído de casa com o cabelo molhado, ela usava um jeans e uma jaqueta quente sobre uma camiseta azul-clara. No caminho, Lucas vinha no sentido contrário do outro lado da rua. Ela tentou não dar atenção, pois ele não havia falado com ela em nenhum momento daquela semana. Quando ele a notou do outro lado da rua, atravessou e foi em sua direção. Marina ficou meio apreensiva em falar com ele, mas ela não podia simplesmente ignorá-lo e passar direto – assim como ele costumava fazer – ela não conseguiria fazer isso. Ele parou em frente a ela, e lhe cumprimentou com um beijo no rosto.

- Oi Marina. – ele sorriu o sorriso preferido dela.

- Oi. – ela quase não respirava. Era incrível a influencia que ele tinha sobre as reações dela.

- O que você está fazendo por aqui?

- Eu tava indo buscar minha irmã...

- Ah sim, é verdade, ela fica na creche.

- É. E você?

- Eu tava indo ali no mercado, eu moro aqui perto.

- Legal.

- Sabe ali, aquela lanchonete, que fica naquela esquininha ali pra baixo?

- Sei.

- Então, eu moro ali. Vai lá qualquer dia.

- Ah claro. Qualquer dia eu apareço por lá. Mas deixa eu ir, que daqui a pouco eu me atraso pra buscar a Renata. Até depois. – Ele estava a convidando pra ir a casa dele? “Quem é você e o que fez com o Lucas? Por favor, não o devolva!” Marina pensou, brincando.

- Ok. Tchau Nina.

Marina desceu a rua que levava à creche, tentando recobrar o ritmo da sua respiração e de seus batimentos cardíacos que haviam aumentado enquanto ela falava com Lucas. Por mais que ele às vezes a tratasse mal, ela não conseguia não se derreter cada vez que estava próxima dele, ainda mais quando ele estava mais comunicativo, apaixonante.

Renata já estava esperando Nina, e elas saíram rapidamente da creche, voltando para casa. A rua era uma subida, e ao chegarem à esquina, viravam à esquerda. Quando elas viraram a esquina, Marina viu Lucas no mesmo ponto onde eles haviam se encontrado um pouco antes, agora ele voltava do mercado carregando uma sacola. Marina respirou fundo e tentou controlar sua felicidade em vê-lo novamente. Lucas parou novamente e falou com ela.

- Essa que é sua irmãzinha?

- É.

- Oi menininha! – Lucas falava com Renata. – Como é mesmo o nome dela? – perguntou para Nina.

- Renata.

- Oi Renata, eu sou o Lucas.

- Oi. – Renata respondeu baixa e timidamente.

- Que lindinha que ela é!

- É, ela não tem nada haver comigo. – Marina e Renata ao se pareciam em nada.

- Ela é linda que nem a irmã dela. – Lucas disse e saiu andando a caminho de sua casa.

Marina mordeu os lábios e se virou para ver Lucas indo embora, ele olhava para trás e sorria. Como ele conseguia ser tão inexplicavelmente apelativo para Nina? Ela poderia estar o mais zangada que fosse com ele, que com apenas um sorriso, ou nesse caso algumas palavras, ele já a fazia esquecer do porquê de ela estar triste com ele.

Mas nem sempre era assim. Lucas talvez tivesse algum problema ou quem sabe algo que o impedisse de estar com Marina, ou talvez não quisesse mesmo estar com ela, apenas gostasse de saber que existia alguém que sempre estaria disponível pra ele. Pois era assim que Marina aparentava estar, sempre disponível pra ele. Não que ela não estivesse, mas isso a prejudicava passava uma imagem de uma menina fácil, o que ela não era, ou não queria ser. Ela era uma menina incondicionalmente apaixonada por Lucas, o que a fazia ter medo de perdê-lo com qualquer atitude negativa que tinha com ele. Ela tinha muito medo. Medo de não o ver mais, de não mais falar com ele, de não mais estar com ele, isso seria insuportável pra ela naquele momento.

No colégio, Lucas era sempre indiferente com Marina, e quando se encontravam, por acaso, fora dele, Lucas era incrivelmente atencioso e educado, e amável e apaixonante com ela. O que a fez pensar que ele pudesse ter vergonha de falar com ela perto dos seus amigos, já que todas as vezes em que se viam fora do ambiente escolar eles estavam sozinhos. Cada indício de uma possível reciprocidade que ele dava a ela numa tarde em que se viam, morria logo pela manhã quando ele simplesmente parecia não conhecê-la. Nem mesmo as prováveis aulas de guitarra foram o suficiente para voltar a manter aquela antiga aproximação entre eles no colégio.

Lucas não mais tentou ficar com Marina depois do dia em que ela virou o rosto quando ele foi beijá-la. Ela se arrependeu de ter feito isso, mas consentiu que talvez não fosse pra haver nada mais do que uma amizade entre eles, já que ainda assim ela precisava da sua dose diária de Lucas em sua vida. E foi assim, tentando manter uma amizade com Lucas, que Marina conviveu com ele nos dias que se seguiram. Muitas vezes era difícil, pois ele não dava a mínima importância a ela, o que a fazia extremamente triste, chegava até mesmo a chorar tardes inteiras enquanto estava sozinha em casa, tentando entender o porquê de ele agir daquela maneira. Ela nunca perguntou nada e ele, e nunca descobriu tal motivo. Talvez fosse o fato de parecer intrometida ou algo do gênero, talvez fosse o medo da resposta.



"Como prometido, estou postando o capítulo dez hoje, quarta-feira. Desculpa a repetitividade e o capítulo curto. Não sei se ficou bom, mas enfim, opinem. Beijos e já vou indo que hoje eu não tô muito boa com as palavras. ;[

Obrigada por lerem e acompanharem, sério mesmo, de coração."



- Memórias de um passado que não é real. (♪)

6 comentários:

  1. Flor *-*

    A cada novo cap. vc me deixa mais curiosa...afinal qual o problema com esse garoto, meodeos?

    Quarta...quarta...quarta...\o/

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  2. A cada novo cap. vc me deixa mais curiosa...
    afinal qual o problema com esse garoto, meodeos?

    Quarta...quarta...quarta...\o/ [+1]

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  3. Aah nicole, que saudade de ti. Você tá ausente no msn, depois falo contigo. Tá lindo o capítulo. E deixe de pessimismo, você escreve divinamente bem, ok? Próximo.



    http://agarotaatrasdaportaazul.blogspot.com/

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  4. ta mara, mas...como assim ela desviou o rosto quando ele foi beija-la?
    quando e como foi? explica essa parte melhor pq to me mordendo de curiosidade!
    bjo

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  5. Aaaah *-*
    cara muito curiosa pra saber mais e mais e mais o//
    soo de ter que esperar ate quarta ja da ate uma tirsteza :\
    e poostei o cap 9 lá *amém*
    é que eu tava sem tempo pra terminar ele e pan, maais ja ta prontinho laa *-*

    beeijos nicole :*

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  6. muuito obrigada Nick.
    mas deixa de ser boba querida, sua historia ta muuuito legal, adoro de verdade ler ela *----*

    ee obg pela dica, voo fazer os caps menores entao, quem sabe assim nao rende maais ? ;) OHSAIUHAIHSIAHSIHIS,

    beeeijos :*

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